Da janela do meu mundo Vejo as brincadeiras de outrora (De quando ainda era criança) De na rua jogar à bola... E na correria da estrada Para ver quem ganhava, Às vezes caia e aleijava-me Mas era mais feliz. Hoje já não há as árvores Que tantas vezes subi Hoje existe a vedação Que separa a rua do jardim (Para dar mais protecção) Mas no meu tempo não era assim E éramos mais felizes... Do polícia e ladrão Ao jogo do garrafão, De jogar às escondidas Ao macaquinho do chinês Digam lá se não queriam Reviver isso mais uma vez. Era mais feliz Sem as preocupações da idade Era bem mais feliz Longe da realidade. E gostava de voltar a ser criança Mas não como as crianças de agora Que já quase não sabem como era brincar. Queria de ser a criança de outrora, Aquela que era feliz por imaginar Quantas brincadeiras podia inventar.
Sou sem ser E já não quero saber. Onde estou, quem sou Como irei viver... Abro os olhos e fecho devagar Gostava que fosse apenas Um pesadelo que estou a sonhar. Os tempos difíceis passam devagar E as escadas parecem nunca acabar. Pé ante pé, continuo a andar Caio, tropeço e torno a levantar-me. Assim são as voltas da vida a dar Voltas e voltas dum sonho por terminar.