Ter muito tempo livre para mim é
mau. Acabo por perder muito tempo à procura de o ocupar. Por enquanto, ainda tenho de estudar para uma defesa de tese e isso ocupa
muito do meu tempo. E no tempo que sobra vou enviando Cvs ou vou passeando para não dar em louca e ir vendo a luz do dia.
Mas e daqui por umas semanas
quando já não tiver que estudar? O que fazer se ainda não tiver arranjado novo
emprego? Sei que não vou enfiar-me em casa sem sair à rua e baloiçar numa cadeira a ver o tempo passar e o dinheiro da poupança não é eterno e não estica.
A procura de emprego é ingrata
para muita gente e para mim não é excepção. Tenho 32 anos e sempre trabalhei em
investigação como bolseira, uma área muito especifica e para a qual não abunda
empregos. E é esta mesma área que me prejudica para a obtenção de um emprego “dito”
normal, com direito a um contrato, fundo de desemprego, descontos para a
reforma (sem ser o seguro voluntário social), estabilidade, etc.
Às vezes riu-me das ofertas de
emprego que existem, pedem anos de experiência mas só querem recém licenciados.
Ou então só aceitam candidatos até 30 anos. Em algumas ofertas o ordenado base
para licenciado/mestre é de 500 euros.
Compreendo que há empregos muitos
específicos e que realmente é necessário ter algumas das valências que pedem e
que eu infelizmente não as tenho. Outras vezes fico a pensar que algumas das ofertas
que aparecem no mercado já tem dono (“cunhas”). Acho incrível a facilidade que
algumas pessoas tem para arranjar bons empregos num curto espaço de tempo
enquanto outras andam de porta em porta, oferta em oferta, a enviar CVs e nem
para uma entrevista são chamadas.
Não me importo de mudar de área se assim tiver de ser, mas
para isso é preciso que alguém esteja disposto a aceitar o meu background.
Sempre gostei de aprender coisas novas, de desafios.
Acredito que melhores dias virão, tenho de continuar a
procurar. Vou arranjar emprego um dia destes. Tenho é que omitir umas coisitas
no cv (mais ainda), ou mudar de estratégia, mudar de área, ou criar o meu
próprio emprego.
Este desabafo vem no seguimento do post Ser bolseira, escrever e entregar uma tese de doutoramento e sonhar que posso ainda sonhar…
Sem comentários:
Enviar um comentário