12 de dezembro de 2012

New York- parte 3

30 de Outubro de 2012- o dia seguinte ao furacão Sandy
Acorda-mos normalmente e depressa nos apercebemos que continuávamos sem electricidade. Pior, a bateria do meu telemóvel dá o ultimo ar da sua graça e vai abaixo (devia ter carregado a bateria enquanto ainda havia electricidade... burra...). A M. também se queixou do mesmo, que estava a ficar sem bateria. A única com bateria no telemóvel era a N. mas não conseguia encontrar rede para comunicar com Portugal. "E agora, como vão saber que está tudo bem?". Vamos às escuras ao wc, apalpando o corredor e tentando decorar onde se encontra a porta do quarto. Por enquanto a falta de luz no quarto não era muito problemática porque como tínhamos uma pequena janela, havia alguma claridade. Resolvemos sair do hotel e como sem electricidade também não há elevador, descemos 5 andares de escadas às escuras, só com a luz de presença do telemóvel da N. Chegadas à recepção perguntamos para quando a reposição de electricidade, não sabiam responder (AIIIIIII....). Perguntamos igualmente se havia algum museu aberto e o James (o recepcionista) tentou ligar para saber, mas como ninguém atendeu disse que estavam fechados.

Continuava mau tempo na rua mas o pior já tinha passado. Na zona onde estávamos hospedadas vimos muitos militares, bombeiros e policias a trabalharem incansavelmente para reporem ordem. Não havia electricidade até à rua 37, os semáforos não funcionavam, haviam árvores caídas, o metro estava inundado desde o cais até à rua 24. Mais tarde ouvimos através do som duma Tv que tinha havido muitos desalojados, casas destruídas e mortes.

O dia seguinte (Susana Cunha)

Resolvemos "subir" a rua. Fomos pela 5ª avenida. A partir da rua 42 começamos a ver algumas lojas abertas, outras continuavam fechadas. Também foi a partir da rua rua 42 (se não me engano) que  N. finalmente consegui rede para telefonar para portugal. A mãe dela ficou com a missão de avisar as outras mães que estava tudo bem só que como não tínhamos electricidade nem bateria nos telemóveis, não era possível comunicar.
Passamos em frente da biblioteca publica de Nova Iorque (quem não se lembra do Big abandonar a Carrie nas escadas no dia do casamento em o Sexo e a cidade). Se estivesse aberta teríamos entrado para ver a famosa pintura no tecto e os murais (altamente recomendados pelas minhas amigas que já tinham ido a NY). Infelizmente houveram algumas coisas que não foram possíveis de ver e esta foi uma delas.
 Biblioteca pública de NY (Susana Cunha)

Fazia muito frio, principalmente nas orelhas. Assim que vimos uma loja aberta e entramos. Acabamos por comprar chapéus. Sempre nos protegiam do frio na cabeça e nas orelhas enquanto caminhávamos.
Passamos o dia praticamente a andar de um lado para o outro, a ver montras e a entrar em lojas para fugirmos à chuva e ao frio. Ainda tínhamos esperança que o Impire State Building pudesse estar aberto, mas devido ao vento e por precaução estava fechado, talvez abrisse no dia seguinte. Todos os espectáculos da Broadway tinham sido cancelados e só retomavam no dia seguinte.
Ainda estávamos naquela de nos mascaramos e irmos para a rua, afinal, era noite de Halloween. Acabamos por não o fazer devidos aos acontecimentos que se seguiram.

Com a esperança que a electricidade tivesse sido resposta , regressamos ao hotel. Começamos a ficar preocupadas e frustradas quando nos apercebemos que continuávamos sem luz. Tentamos então comprar uma lanterna mas estavam esgotadas naquela zona. Entretanto a N. começa a ter bolhas num dedo do pé pelo que tivemos de começar a andar mais devagar.
Chegadas ao hotel vem a "bomba"... A electricidade só iria voltar, talvez na 2f (dia 5 de Nov). Nós: "2F mas nessa altura já estamos a Portugal, esta gente está louca, como é possível num pais como este não resolverem o problema da electricidade logo". "Há é verdade, também não vai haver água quente até essa altura", completou o recepcionista. SEM ELECTRICIDADE E SEM ÁGUA QUENTE. Nós começamos a ficar verdadeiramente chateadas e queríamos a devolução do dinheiro do hotel. Mas o que disseram foi que, se fizéssemos check out que nos devolviam o resto do dinheiro. O problema era, onde vamos arranjar um hotel com luz nesta altura do campeonato e a que custo... No final fizeram-nos um desconto, melhor que nada.

Final de dia muito mau para nós.
(nota: a partir dessa altura, sempre que regressávamos ao hotel havia um rapaz encarregue de nos levar até ao quarto com uma lanterna porque não se via nada, contudo não nos forneceram lanternas e nos quartos ficávamos às escuras).


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