9 de dezembro de 2012

New York- Parte 2

29 de Outubro de 2012- Dia do furacão Sandy
Como boas turistas que somos, não era um furacão que nos ia impedir de visitar NY. E apesar de todas as sms recebidas no dia anterior para que não saíssemos do hotel, nós saímos. Continuava-mos a pensar que as pessoas estavam muito alarmadas e que não era assim tão mau. Ok, era visível o mau tempo, mas mesmo assim, arriscamos sair do hotel. O recepcionista ficou com um ar de admirado por nos ver sair e avisou-nos para voltar até as 14h porque ia haver recolher obrigatório.
Ia-mos com esperança de ver lojas abertas LOL. Claro que estava tudo fechado e não havia ninguém na rua tirando a policia, os bombeiros e um ou outro turista que acabava de chegar.
Que ingénuas que fomos nesse dia. Decidimos ir até ao memorial do WTC em Downtown (nota: esta foi um das zonas em Manhatten mais afectadas pelo furacão pelo que percebemos uns dias depois). Decidimos ir pela rua da Broadway, passar pela igreja de Trinity, visitar o memorial e voltar pela Chinatown. Este era o plano.
Rapidamente percebemos que não podíamos ir de chapéu de chuva aberto devido à forte ventania. Eu levava um kispo até aos joelho com capuz e um gorro na cabeça e botas. Quase que não via nada ao andar.
 rua da Broadway entre a rua 15 e a rua 14 
(Susana Cunha)

Pelo caminho vimos uns bombeiros. As minhas amigas, uma vez que estavam nos EUA queriam muito tirar uma foto com eles e voltaram atrás para perguntar se era possível. Eles surpresos mas ao mesmo tempo contentes e simpáticos, rapidamente disseram que sim.
Bombeiros de NY 
Seguimos o nosso caminho e aventura e encontramos uma espécie de loja de desporto aberta onde uma das minhas amigas comprou um saco em acrílico com o símbolo da policia de NY por 1 dollar. Cada vez fazia mais vento e aumentava a intensidade da chuva, mesmo assim não voltamos para trás. Nesse dia andamos muito porque o que parecia perto no mapa, afinal era bastante longe. Um pouco fartas da caminhada e do tempo não apreciamos nada do que vimos no caminho. Sei que passamos pelo city hall e uma ou outra igreja mas sempre tudo fechado. Finalmente avistamos as novas torres do WTC. 

Uma das novas torres do WTC (Susana Cunha)

Neste ponto verificamos que a policia começava a olhar para nós com ar de "o que raio estão estas 3 a fazer aqui com este temporal!". E então a nossa ingenuidade suprema foi descoberta. Chegadas ao local do memorial perguntei como se fazia para poder entrar e um dos trabalhadores olhou para mim e disse:  "Hurricane, its closed (DAH)"
"Bem, secalhar é melhor voltarmos para o hotel...", dissemos.
 A caminhada de volta ao hotel foi muito penosa, com cada vez mais chuva, frio e vento. E o caminho que nunca mais acabava e nunca mais avistava-mos o hotel e estávamos cada vez mais molhadas e eu cada vez mais rabugenta... (lembro-me de passar-mos em frente da entrada da ponte de Brooklyn e de a achar brutal com a neblina sob pano de fundo).  Duas ruas antes de chegarmos ao hotel encontramos um burger king aberto. Eu e mais uma amiga precisávamos de algo quente para colocar no estômago  e embora estivéssemos com pressa de chegar ao quarto tirar as roupas molhadas e tomar um banho quente, precisava-mos daquele aconchego. E que bem que me soube aquele petisco.

Chegadas ao hotel fomos para o quarto e tomamos aquele que seria, o último banho quente dos próximos 4 dias. Vestimos o pijama  enfiamos-nos na cama e ficamos à espera do furacão. Dormi a tarde toda entre um ou outro episódio da serie "mentes criminosas" que dava na Tv. Nunca mais me lembrei que a bateria do telm estava a acabar e que a devia carregar. Perto das 18h-19h, mudamos de canal para um de noticias para acompanhar-mos um pouco do que se passava com o furacão. Queria-mos saber se o pior já tinha passado, quanto tempo iria durar o recolher, que estragos já haviam, etc. E eis senão quando o jornalista diz "Some areas in NY, especialy in lower NY, starts to lose power" e pronto, ficamos sem electricidade. E nós sem uma lanterna. O unico local com luz era o corredor de acesso aos quartos devido aos geradores, mas o resto não. A recepção emitiu um comunicado nos altifalantes para que não saíssemos dos quartos, que estava tudo bem e para não ficarmos em pânico, que tinha sido um corte de energia.

Começamos a "aparvalhar no quarto", a tirar fotos às escuras com os flashes para vermos as nossas figuras, até um video fizemos a gozar com a situação. Pensamos, "amanhã o furacão já passou, já teremos luz e vamos poder visitar a cidade" e fomos dormir.

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